Poucos telescópios tiveram um efeito tão significativo na pesquisa astronômica quanto o Telescópio Espacial Hubble. Ainda que ele não tenha feito descobertas singulares, o Hubble transformou antigas suspeitas e pistas obtidas em observações de solo em certezas absolutas.
O telescópio foi lançado em 1990 e já completou 26 anos no espaço. Durante este período, ele fez mais de 90.000 observações de quase 30.000 corpos celestes. Ele produz tais imagens enquanto orbita a Terra a uma velocidade de 8 km/s. Sem a atmosfera para interferir, ele pode enxergar o universo de uma maneira muito mais limpa, de forma que um telescópio terrestre jamais conseguiria. Suas descobertas entraram para a história recente da astronomia, e as mais importantes você descobre logo abaixo.
1 – A idade do universo
O universo está em constante expansão desde o momento conhecido como Big Bang. Até pouco tempo, entretanto, os cientistas não sabiam a que velocidade isto acontecia. As imagens do Hubble foram usadas para medir a distância da Terra até outras galáxias, de forma que dois grupos de cientistas foram capazes de determinar a velocidade desta expansão, chegando, assim, à idade do Universo. Os resultados foram publicados em 1999 e 2002 e estimam que o Universo tenha surgido há aproximadamente 14 bilhões de anos.
2 – Jovens planetas
O Hubble também foi capaz de encontrar discos achatados de poeira ao redor de estrelas consideradas jovens. As imagens indicam que ainda existem sistemas planetários em formação, complementando descobertas já feitas por outros telescópios aqui na Terra. Na prática, isto indica que sistemas planetários como o nosso devem ser bem comuns no Universo. O Hubble obteve também a composição química da atmosfera de um planeta fora do nosso sistema pela primeira vez por meio da observação das cores da atmosfera quando atravessadas por luz.
3 – Energia escura
Importantes resultados obtidos pelo telescópio no decorrer da década de 90 proporcionaram uma das descobertas científicas mais importantes da último século. Como já foi dito, a ideia de que o Universo está em expansão é conhecida e existe desde os anos 20. As imagens colhidas pelo telescópio revelaram uma força que atua contra a gravidade, de forma a acelerar ainda mais a expansão do Universo. Devido a sua origem desconhecida, tal força foi batizada de energia escura.
4 – Universo primitivo
A imagem acima demorou 10 dias para ser produzida. Durante todo este tempo, o telescópio fez imagens consecutivas de uma mesma região. Em seguida, as fotos foram somadas, de forma que os cientistas conseguiram produzir a imagem mais profunda do espaço já obtida pela astronomia, a Hubble Deep Field. Isto significa que, através dela, é possível visualizar objetos de luz extremamente fracos, situados a distâncias na ordem da dezena de bilhões de anos-luz, logo após a formação do Universo. Foi a primeira vez que tivemos uma visão clara do Universo primitivo.
5 – Buracos Negros supermassivos
O centro das galáxias é uma região de atividade intensa. Isto era creditado à grande concentração de estrelas, gás e poeira, fato que foi desmentido pelo Hubble. Foi revelado que, na verdade, esta movimentação é causada por buracos negros supermassivos; corpos gigantescos, com massa bilhões de vezes superior à do Sol. Eles são capazes de capturar qualquer coisa que passe por perto, inclusive a luz, e por isto eles não podem ser observados diretamente. Isto significa que, sim, nossa galáxia também um desses bem no seu núcleo.